Se o tempo voa, o mundo capota. Eu capotei muito nestes dois anos no Porto, mas também aprendi muito sobre mim e sobre o mundo ao meu redor. Escrevo este artigo na minha casa, enquanto observo a paisagem pela janela. Vejo a vizinha no prédio da frente fumando na varanda, as folhas balançando na mudança de estação, e de vez em quando aparece um passarinho ou um pombo por aqui. Deixei as portas do armário abertas para o ar circular, afinal eu sou uma pessoa aérea, abrir portas, janelas, mentes, faz parte de mim. A quarentena foi uma loucura, um retrato do mundo e da humanidade. Estamos todos doentes, embora muitos estejam morrendo vítimas do COVID-19 ou das brutalidades contra a vida humana. Eu não consigo escrever um texto bonitinho falando apenas sobre as ruas e a magia que existe no Porto, até porque a Disneylândia portuense está fechada, e o Mickey Mouse aqui está sem trabalhar. Ouço Adriana Calcanhotto, que também está em casa, e relembro de tudo que passei na minha vida até
Há um ano atrás, aterrei no Porto pela segunda vez na vida - a primeira havia sido em dezembro de 2014, quando visitei uma amiga que já morava cá. Era inverno, era meu primeiro ano morando na Alemanha, um dos invernos mais rigorosos da Europa! Na época, a cidade do Porto - também conhecida como a Invicta - ainda não tava nessa "hype" toda. Haviam algumas coisas voltadas para o turismo, mas na baixa temporada não notei a presença tão grande de visitantes estrangeiros. Naquela viagem, tive a oportunidade de conhecer um pouco do centro histórico da cidade, mas fiquei encantado com a abundância de sol e com a semelhança ao centro colonial do Rio de Janeiro, minha cidade natal. Quem diria que quatro anos depois a vida me traria para esta cidade? Confesso que, às vezes, nem parece que saí do Brasil. Portugal me recebeu muito bem, apesar do dia estivesse gelado como o dia de hoje. Um dia frio de junho com temperaturas beirando os quinze graus Celsius... fiquei decepcio